sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

No Rio de Janeiro, PT comemora aniversário e
homenageia Apolonio

Placa do viaduto
Apolonio de Carvalho em Niterói, RJ
O Partido dos Trabalhadores do Estado do Rio de Janeiro, comemorou, na segunda feira 13 de fevereiro, seu trigésimo segundo aniversário. Nessa comemoração, também, o grande homenageado foi Apolônio de Carvalho, que completaria cem anos este mês. O auditório do Sindicato dos Metalúrgicos estava completamente lotado pela militância . Quase todos os oradores homenagearam Apolônio em suas falas. Benedita da Silva, que falava em nome das mulheres do PT, saudou particularmente Renée de Carvalho, repetindo as palavras carinhosas que Lula dissera no texto que enviou a Brasília.
Ao final do ato, a deputada Inês Pandeló leu um texto de
homenagem a Apolônio e o presidente do PT fluminense, Jorge Florêncio, acompanhado do Ministro Luiz Sérgio, presentearam a família com uma placa falando da importância de Apolônio para o PT e do carinho dos militantes por Apolônio. Renée agradeceu, muito emocionada. Seu filho, também presente, estendeu a homenagem a todos os militantes históricos da esquerda brasileira assassinados pela ditadura, considerando que muitos deles teriam provavelmente seguido o mesmo caminho que Apolonio trilhou.

Segue o texto que a deputada Inês Pandeló leu na homenagem.
Apolônio de Carvalho. Um homem que pôde olhar o passado certo de que deu conta da sua tarefa muito além do que requeria o dever. Alguém dotado da rara capacidade de viver rigorosamente conforme as suas convicções, no caso, convicções socialistas.


Militar de esquerda preso pelo governo Getúlio, combatente internacional na Espanha contra o golpe franquista, guerrilheiro na França contra a ocupação alemã, ativo militante comunista que após o golpe de 64 no Brasil funda com outras lideranças o PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário ), foi preso e torturado na década de 60 e, de volta do exílio, tomou parte ativa na construção do Partido dos Trabalhadores.
Mostrou-se um militante de esquerda com alma de poeta, um revolucionário romântico, um combatente das causas justas, desses que floresceram na primeira metade do século. Viveu inúmeras derrotas, no Brasil, na Espanha, no mundo, algumas vitórias (como a da Resistência Francesa contra a ocupação nazista), mas o que ressalta é o homem que não se deixa abater, que sabe mudar de rumo, adaptar-se a novos tempos, sem jamais perder o que lhe dá a estatura de um vencedor - a capacidade de sonhar com um mundo mais fraterno e menos desigual.
De tudo Apolônio conheceu: o cárcere, a opressão, a morte de companheiros, os bombardeios fascistas, a dureza da vida clandestina e do exílio. Conheceu o amor desde os namoricos da adolescência e juventude até a união definitiva com a eterna namorada, a francesa Renée, jovem comunista que já aos 17 anos combatia os alemães em sua terra natal. Nunca, porém, se esvaneceu nele a face humana, a alegria de viver, o jeito galanteador, idealista e conciliador, o fervor pela luta em prol dos marginalizados. Nunca se esvaneceu nele, enfim, a esperança e a crença nos destinos da humanidade.
Apolônio de Carvalho, uma das figuras mais marcantes da esquerda brasileira de todos os tempos, sua vida lhe dá autoridade única para seguirmos afirmando a vitalidade das idéias socialistas, as quais ele se dedicou com muita bravura e lucidez.

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