terça-feira, 26 de junho de 2012

FETEMS homenageia Apolônio

O 1º Seminário de Comunicação Sindical da FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), homenageará o centenário de Apolônio de Carvalho, militante político histórico. A atividade tem início nesta terça-feira (dia 26), às 14h, na sede da Federação e acontecerá até o final da tarde de quarta-feira (dia 27).
O Seminário contará com a presença do Assessor de Imprensa da CUT (Central Única dos Trabalhadores) nacional e autor do livro Latifúndio Midiota, Leonardo Severo.
De acordo com o presidente da Federação, Roberto Magno Botareli Cesar, a intenção do Seminário é capacitar e incentivar a produção de comunicação sindical nos 71 SIMTED's (Sindicato Municipais dos Trabalhadores em Educação), afiliados a FETEMS. "A comunicação exerce um papel fundamental na história sindical deste país. Por meio dela conseguimos unir, mobilizar e lutar coletivamente. Garantimos direitos, conquistamos respeito, dignidade e o pleno exercício da cidadania. Então temos que estar cada vez mais sintonizados em como produzir a comunicação queremos, uma comunicação mais democrática e hegemônica. Este é o foco do nosso Seminário capacitar os nossos dirigentes sindicais para fortalecer a nossa luta", afirma.
A atividade trará representantes dos 71 SIMTED's afiliados a Federação e terá, além da palestra do jornalista da CUT Nacional, Leonardo Severo, o lançamento do seu livro "Latifúndio Midiota" e a palestra da jornalista, diretora da Íris Comunicação Integrada, Nanci Silva, que abordará questões práticas da comunicação sindical, como a construção de uma notícia.

APOLÔNIO DE CARVALHO

Apolônio de Carvalho – nome dado ao Congresso realizado pela CUT – foi um homem com a ideologia política sempre voltado para a esquerda e passou boa parte de sua vida no exílio. Durante sua juventude, ele serviu o Exército brasiliero em Bagé, no Rio Grande do Sul, e entrou, em 1935, para a Aliança Nacional Libertadora (ANL), que reunia democratas, socialistas e comunistas contra os avanços da extrema-direita.
Em junho de 1935 a ANL foi declarada ilegal, Apolônio foi preso pela primeira vez e perdeu a patente de tenente. Durante a prisão, foi transferido para a Casa de Correção, no Rio de Janeiro.
Segundo Apolônio, foi nessa ocasião que ele tomou conhecimento da existência do Partido Comunista Brasileiro (PCB), ao qual se filiou assim que fiu solto, em 1937. Viajou para a Espanha, a fim de se engajar nas Brigadas Internacionais que lutavam contra o ditador Francisco Franco na Guerra Civil (1936-1939).
Voltou ao Brasil no final de 1946, quando o PCB voltara a ser legal. Presidiu a União da Juventude Comunista (UJC), que tinha como secretário-geral João Saldanha, depois jornalista e técnico da Seleção Brasileira. Um ano depois, o PCB foi posto na ilegalidade e a UJC, dissolvida. Novamente, Apolônio mergulhou na clandestinidade, vivendo na União Soviética, de 1954 a 1957, mesma época em que foram denunciados os crimes de Stálin, o ditador russo. Foi quando o militante conseguiu superar o que chamava de "visão ilusória e fantasiosa do socialismo". Ao retornar ao Brasil, mesmo crítico do PC, Apolônio passou a escrever na revista do partido, Novos Rumos, e participou da sua Comissão de Educação, dando cursos de formação.
Com o golpe militar de 1964, ele defendeu a luta armada e fundou o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). Enfrentando a ditadura, foi preso e torturado, em 1969. Um ano depois, um comando guerrilheiro sequestrou o embaixador alemão e, para libertá-lo, exigiu a soltura de 39 presos, Apolônio entre eles.
Exilado, foi para a Argélia e depois para a França, onde viveu até a anistia política, em 1979. De volta ao Brasil, participou da fundação do Partido dos Trabalhadores. No entanto, devido a seu descontentamento com os rumos do governo Lula, sua família não permitiu que a bandeira do PT fosse colocada sobre seu caixão, quando morreu.
Por serviços prestados na Resistência, foi condecorado com a Legião de Honra pelo governo da França. Pela luta na Espanha, recebeu a cidadania espanhola, nos anos 1990. Nessa mesma década, por recomendação médica, Apolônio afastou-se da militância política intensa.

Da Página da FETEMS

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