sábado, 17 de março de 2012

Apolônio no Memorial da Resistência

No dia 31 de março, o Memorial da Resistência de São Paulo apresentará a exposição Apolônio de Carvalho, a trajetória de um libertário, composta por cerca de 30 painéis com fotos, documentos, cartazes e textos que percorrem a história de Apôlonio de Carvalho (1912, Corumbá, Mato Grosso do Sul – Rio de Janeiro, RJ, 2005) desde a sua infância em Corumbá, passando pelos principais acontecimentos políticos e sociais do século XX, como a Insurreição de 1935, a Guerra Civil Espanhola, a Resistência Francesa contra o nazismo, a luta contra a ditadura militar, o exílio, a anistia e a reconstrução democrática no Brasil. Esta mostra presta uma homenagem aos 100 anos de nascimento deste “internacionalista” cuja trajetória inclui as mais importantes lutas libertárias ocorridas no Brasil e na Europa no século XX, afirma Stela Grisotti, curadora da mostra.
 Além dos painéis, o público poderá assistir a trechos do documentário Vale a pena sonhar (2003), que traz uma seleção de imagens da Guerra Civil Espanhola e da Resistência Francesa, além de depoimentos de companheiros de luta de Apolônio de Carvalho. A direção do filme é da curadora da exposição, Stela Grisotti, e do diretor de arte Rudi Böhm.
Apolônio participou, desde a década de 1930, das principais lutas políticas do Brasil e do exterior. Sua trajetória foi marcada pela luta das causas sociais, na consolidação de um projeto democrático e socialista para o Brasil. Serviu o Exército Brasileiro, foi voluntário nas Brigadas Internacionais da Guerra Civil Espanhola, combatendo o fascismo entre 1937 e 1939, e, na França, foi coronel da Resistência na luta contra o nazismo na 2ª Guerra Mundial. Nos anos 1960, rompeu com o PC brasileiro e ajudou a fundar o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). Com a redemocratização, foi um dos primeiros a se filiar ao PT. Faleceu no dia 23 de setembro de 2005, aos 93 anos de idade, vítima de pneumonia.
Concebida originalmente para integrar a programação oficial do Ano do Brasil na França (2005), a exposição foi montada pela primeira vez no Museu da Resistência e Deportação de Toulouse, cidade no sul da França libertada do domínio nazista sob o comando de Apolônio, em 1949. No Brasil, foi apresentada nas cidades do Rio de Janeiro (2007) e em Recife (2008), com o apoio da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
Todos os materiais apresentados fazem parte de um amplo acervo reunido por Stela Grisotti e Rudi Böhm para a elaboração do documentário Vale a pena sonhar – lançado há mais de sete anos. O material foi coletado em arquivos da França, da Espanha e do Brasil, além do depoimento do próprio Apolonio, coletado ainda em 2002.

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